29.11.09

sabe que nessa vida eu já esperei o mundo. eu já esperei coisas grandes, imensas. parei logo de esperar quando topei com o tipo de susto que ninguém nunca espera. daí sem saber o que eu tava fazendo fui substituir. subsituí o insubistituível. me embolei e mirabolei da maneira mais cega. eu não tive culpa alguma, hoje eu sei disso. eu só precisava que tudo voltasse. ninguém, nunca, me forjou a volta de nada. juro, ninguém aqui está sendo acusado. eu só insisto em mim. não foi fácil viver tanta coisa errada, querer tanta besteira. eu não sei porque, não me pergunte agora. um dia ainda, mas agora ainda é cedo. eu agora estou na tal transição, talvez em uma coisa meio epifânia sem tempo pra passar. entender a estúpidez de meses atrás soa ridículo e até sinto nojinho. calma. eu digo que agora é diferente, e lúcido.

28.11.09

26.11.09

meu amor,

não quis dizer surpresa. não falo de surpresa quando o menino mais querido do mundo me deixa pular na frente dele na noite de bebedeira mais interminável do meu ano. penso que falo de "era mesmo pra ser assim". e depois da noite interminável, todos os dias, eu acordo sabendo que por mais que pareça surpresa, por mais que pareça tudo de mentira, bem mais parece que eu já sabia de tudo.

8.11.09

existem duas maneiras de não sofrer. a primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebe-lo. a segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.

- italo calvino, cidades invisíveis.